Introdução
Na abertura do eWMS 2020, Phiplip Kotler disse que
as pessoas redescobriram suas casas e, portanto, todas as atenções do Marketing
devem se voltar para esta nova realidade. Nunca foi tão importante viver bem e
de forma agradável dentro de sua própria casa e tudo indica que assim deverá
continuar passada a pandemia. Ainda segundo Kotler o novo capitalismo, mais
humanizado, que surgirá também seguirá esses passos, prevalecendo as pessoas e
o indivíduo sobre empresas e governos.
Os negócios, assim como as relações
de trabalho e com os clientes também mudarão radicalmente. Entidades como Gartner
e Accenture
discutem como será este novo modelo. Grandes empresas imobiliárias, como a Cushman & Wakefield, tentam modelar como será o novo ambiente corporativo,
assim como a McKinsey
e a National Geographic. A grande imprensa tenta entender e compilar o que está acontecendo,
como Exame,
Meio & mensagem, The Economist e BBC.
Em outro artigo a BBC fala sobre
os negócios que cresceram na pandemia e entidades como a ATSE pregam
que eles serão altamente tecnológicos.
Embora existam diversas visões, todas
convergem em um ponto: o cuidado com o indivíduo. Fica cada vez mais claro que índices
puramente econômicos como o GDP perdem sua
força e relevância e começam a tomar sustentação índices como o GNH criado no Butão e o The Good Country de Simon Anholt.
Também fica claro que o modelo até então vigente de grandes metrópoles com prédios
comerciais, centros de eventos e divisão espacial entre áreas de moradia e áreas
de trabalho passarão a dar lugar a ambientes limpos, com muito verde,
equipamentos de esporte e lazer, segurança, saneamento, saúde, conectividade,
disponibilidade de serviços on-line, ou seja, tudo o que garanta alta qualidade
de vida. Cada vez mais as novas gerações procurarão por lugares como esse para
viver.
Propostas
O perfil urbano da cidade precisa se
transformar totalmente. O centro precisa voltar a ser um lugar de pessoas e não
de veículos, isso implica no fechamento do centro para veículos poluidores e
privados. Criar um meio de transporte sustentável e não poluidor que permita a
locomoção confortável de pessoas e ampliar a oferta de serviços, especialmente
gastronômicos e culturais no centro é uma premência.
O novo modelo de Cidade será o das CHICS,
como prega o IBRA Chics e
estuda o HIDS da Unicamp. A
cidade que tomar a dianteira neste processo de adaptação com certeza atrairá pessoas
que ajudarão não só a manter o padrão como também a melhorá-lo
substancialmente, pois as pessoas passarão a ser muito mais engajadas com o
cuidado do lugar onde vivem. Não é a primeira vez que isso acontece.
Programas de incentivo à criação e apoio
ao crescimento de startups devem ser implementados associados à aspectos
práticos de legislação (facilitar a abertura e fechamento de empresas, ponderação
de impostos, etc.) formando um ecossistema integrado e ativo de Inovação e
Empreendedorismo na cidade. Para se destacar e sair do modelo comum e altamente
competitivo, é importante que o incentivo seja direcionado a áreas ainda
abertas e pouco exploradas como, por exemplo, os nove pilares da Indústria 4.0.
A Tecnologia e novos modelos
administrativos devem ser fortemente implementados em áreas como Saúde (Lean Healthcare
e Triple and Qaudruple Aim), Educação e Segurança. Programas de qualidade de vida (esportes,
lazer e assistência social) e planejamento ambiental (manejo do lixo e esgoto) sustentável
devem ser implementados. Todos esses projetos normalmente fazem parte de
programas de governo, assim como a automação de processos e burocracia pública,
o chamado Governo eletrônico. Porém, o mais relevante e que normalmente é pouco
ou nada discutido em programas de governo é um Novo
Modelo de Gestão, amplamente baseado na tecnologia e na democracia
representativa, com participação e fiscalização direta e constante da população.
A cidade pode ainda ser pioneira em
áreas que experimentarão crescimento acelerado, por exemplo transformando-se em
uma líder mundial nos Esportes Eletrônicos (eSports), incentivando a
formação de equipes locais e promovendo campeonatos mundiais com apoio da cidade.
O mais importante, porém, é que a
cidade incentive fortemente a instalação e a sedimentação de um ambiente que
priorize e incentive a Inovação constante e que estimule fortemente a Inovação
Disruptiva.
Medições
Não é necessário criar modelos de
medição para verificar a evolução da cidade. Existem modelos definidos por
entidades internacionais como o OECD e
também de entidades nacionais como a UrbanSystems. Além de programas governamentais como o Município Verde e Azul e institucionais como a Agenda 2030 da ONU. Usando esses modelos existentes, não só a cidade melhorar a
sua posição e tem benchmark para fazer sua propaganda como também pode
conseguir subsídios em organizações nacionais e internacionais para apoiar seus
projetos, como o BID
que atualmente apoia diversos projetos no Brasil.